quinta-feira, 13 de março de 2008

Ilse Losa apresenta o "Diário de Anne Frank





Anne Frank pertencia a uma família judaica de Frankfurt que, em 1933, fugindo às perseguições do regime hitleriano, se refugiou na Holanda, onde supunha encontrar a paz e a segurança. Mas, logo depois da invasão da Holanda pelos alemães, as perseguições aos judeus continuaram ali com tal violência que os Frank resolveram «mergulhar», designação que então se dava ao desaparecimento voluntário de pessoas perseguidas - ou por razões políticas ou por discriminações raciais - e que passavam a ter uma existência ilegal ou clandestina. Durante dois anos, que abrangem o período de guerra de 1942 a 1944, não podem sair à rua e vivem sob a constante ameaça de serem descobertos pela polícia.

Anne, rapariga em pleno período de desenvolvimento físico, esse período delicado e importante na vida de qualquer adolescente, mas especialmente decisivo quando se tem uma sensibilidade e uma inteligência como a dela, escrevia com regularidade um diário, em forma de cartas, a uma amiga imaginária. Este diário tornou-se não só um dos mais comoventes depoimentos contra a guerra, contra a injustiça e a crueldade dos homens como, também, um dos mais puros documentos psicológicos que todos, e sobretudo os que contactam com gente nova, deviam ler.




Anne não escreveu o seu diário a pensar na publicidade, nem porque fosse incitada a fazê-lo, mas única e simplesmente porque tinha de o escrever para si própria, para «aliviar o coração», como ela diz várias vezes, por essa forte necessidade intima que caracteriza o artista e a que ela não se poderia furtar, nem que quisesse.

«Quando escrevo, sinto um alivio, a minha dor desaparece, a coragem volta... Ao escrever sei esclarecer tudo - os meus pensamentos, os meus ideais, as minhas fantasias».


Não se trata, portanto - e isto é fundamental -, de uma dessas produções de menino prodígio, lançado e explorado pela família comercialmente, mas sim de uma autêntica obra de arte a que um critico surdo chamou «uma confissão clássica da puberdade de hoje, que ultrapassa todos os limites do circunstancial». Como é que foi possível escrever-se uma obra destas entre os treze e os quinze anos de idade? Tão extraordinário caso tem a sua explicação: o isolamento, os sacrifícios diários, as angústias, o medo e, principalmente, a morte, a pairar sobre esta criança de uma inteligência e de um espírito de observação invulgares, fizeram com que ela amadurecesse prematuramente e fosse assim, pouco a pouco, penetrando em regiões que, em circunstâncias normais, só viria a explorar muito mais tarde. Ela própria sente isto e explica-o: «Vim para o anexo quando tinha treze anos e, por isso, fui obrigada a reflectir mais cedo sobre o Mundo e a fazer a descoberta de mim mesma como de um ser humano que deseja ser «independente». No entanto é preciso notar: Anne não perde a frescura infantil nem esses gostos próprios do adolescente, como por exemplo coleccionar fotografias de artistas de cinema ou fantasiar-se com as roupas dos adultos. É que Anne não é um monstro, Anne é apenas uma adolescente a quem quiseram roubar o direito de o ser.

Nem a criança nem o adolescente sabem, em regra, compreender-se e analisar-se. É o adulto que, com a distância dos anos, a experiência da vida, a cultura e a serenidade indispensáveis, contempla e interpreta estes períodos passados da sua vida. Por isso Anne Frank há-de ser um dos casos à parte na literatura universal, com um significado denso e único.





Anne Frank vivia torturas que marcam qualquer indivíduo de qualquer idade mas muito especialmente um indivíduo em formação. Forçada a viver como um pássaro na gaiola («Sinto-me como um pássaro a quem cortaram as asas e que bate, na escuridão, contra as grades da sua gaiola estreita»), afina os sentidos, concentra-os sobre o pequeno espaço em que a sua vida e a dos companheiros de destino se move, procura não só desabafar a sua revolta de adolescente, de judia expulsa da comunidade dos homens, de vítima de uma guerra impiedosa, mas, também, encontrar as explicações e as interpretações de tudo isto.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Um pequeno resumo da vida de Anne Frank!!!

Anneliese Marie Frank,mais conhecida como Anne Frank, nasceu em 12 de Junho de 1929, em Frankfurt, na Alemanha. Anne foi uma judia obrigada a viver escondida dos nazistas durante o Holocausto. Segunda Guerra Mundial,

Em 1933, chega ao poder nesse país o partido nacional-socialista e anti-semita de Hitler. Edith e Otto Frank, os pais judeus de Anne, compreendem que o seu próprio futuro e o das filhas está fora da Alemanha. Por isso fogem para a Holanda nesse mesmo ano; Anne tinha então quatro anos. Durante sete anos levou uma vida despreocupada na relativamente segura Holanda. Mas a Alemanha ocupa o país em 1940, pondo fim à segurança que oferecia. As medidas anti-semita limitavam cada vez mais a vida dos Frank. Em 1942, começaram as deportações para os supostos campos de trabalho.

Os pais de Anne conseguiram, juntamente com mais quatro pessoas, esconder-se num anexo de quartos por cima do escritório do seu pai, em Amesterdão, na Holanda, denominado Anexo Secreto. Ali permaneceram 25 meses.

Ao fim de longos meses de silêncio e medo aterrorizante, acabou por ser denunciada aos nazistas e deportada para campos de concentração nazistas. Primeiro foi levada juntamente com a família para Westerkerk, na Holanda, antes de serem deportados para o leste da Europa. Anne Frank foi deportada inicialmente para Auschwitz, juntamente com os pais, irmã e as outras pessoas com quem se refugiava na casa de Amesterdão (hoje casa-museu). Depois levaram-na para Bergen Belsen, juntamente com a irmã, separando-a dos pais. Ali, milhares de pessoas morrem diariamente por causa da fome e das enfermidades.

Em 1945, nove meses após a sua deportação, Anne Frank morre de tifo em Bergen Belsen. A irmã, Margot Frank tinha falecido também vítima do tifo e da subnutrição um dia antes de Anne. Tinha quinze anos. Morre duas semanas antes de o campo ser libertado. Otto foi o único dos escondidos que sobreviveu no campo de concentração.